Quando descobri
que a porra da reserva dos bilhetes para as próximas férias tinha sido feita em
duplicado, nem queria acreditar. A coisa deu-se porque, quando estávamos a
fazer a marcação, o “gingarelho”, a que pomposamente se costuma chamar Ipad, encravou. O que nos obrigou a repetir a
operação. Pelo menos, foi o que [ingenuamente]
achámos. À traidor e à má fila, tínhamos-nos acabado de tornar os felizes
proprietários de DOIS bilhetes de ida, DOIS bilhetes de volta, DOIS lugares no
estacionamento do aeroporto, e obviamente, tudo descontado DUAS vezes do plafom do cartão. Espetacular. Mais
valia termos marcado uma semaninha no Rio com alojamento na suite do Copacabana
Palace (brincadeirinha).
“Já foste”,
pensei. Com estas companhias low cost
não há reembolso. E quanto a tentar vender os bilhetes, além de ser difícil, não
compensa, porque a mudança de nome custa tanto ou mais do que um bilhete novo. “Pensa,
pensa, pensa. Pensa e rápido. Não te podes dar ao luxo de ficar sem o dinheiro”.
A tentar manter um ar calmo e de quem sabia [perfeitamente] o que estava a fazer, segui os
passos do link, onde supostamente poderia anular uma das reservas. Outro
pensamento ingénuo. Na Ryanair os reembolsos só podem ser tratados online por três motivos: voo cancelado;
voo com um atraso mínimo de três horas, e para receber umas taxas do governo
(sinceramente, não entendi quais).
Para a anulação de
reservas foi criado um maravilhoso call center
(sedeado algures no Bangladesh ou nas ilhas Caimão), cujo horário de funcionamento
é semelhante ao da nossa função pública. Que é como quem diz: a partir das 18.00
=Chapéu, não há nada para ninguém. Encerrado, Closed. E quem quiser que se vá
queixar ao Totta. Para compor o ramalhete, os funcionários não falam bem inglês,
e entendem ainda menos. “Ok, isto vai de bom a melhor. A guita ardeu, o budget da
viagem foi desta para melhor, e o mais certo é teres que dizer adeus ao hotel
paradisíaco que demoras-te dias a descobrir. Se tivesses ido a uma agência de
viagens, tinhas feito melhor figura. Mas gostas de tudo baratinho, poupadinho”.
Ahhhhhhhh. Com a
ajuda da C., e após uma manhã inteira de saga em vários atos, a ligar de número
em número, lá apanhei uma senhora que falava razoavelmente inglês e resolveu a
questão. Como nem tudo é perfeito, anularam a reserva mais barata e vão
devolver o dinheiro no espaço de sete dias uteis. Eu estou como São Tomé: “Ver
para Crer”.
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