quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Sobre as traições na Casa [sem] Segredos

Sinceramente, entrei naquela fase em que dou por mim a repetir [mais vezes do que queria], que já nada me choca. Que vi um bocadinho de tudo nesta vida e blá, blá, blá. No entanto, no que toca ao “Secret Story” confesso que ainda fico escandalizada com algumas coisas que observo. Nomeadamente a forma como o tema “traição” é tratado pela produção do programa. A subversão, a especulação, a falta de respeito pela intimidade de quem está cá fora, e nada tem a ver com aquela “pantominice”, que não o azar de se ter relacionado com a pessoa errada. Enfim, assustador. E quando não conseguem a participação dos “traídos”, inventam. A cena de colocarem os falsos namorados da Liliana e do Daniel em estúdio, passou todo e qualquer limite do aceitável. Foi um show bizarro, absurdo e, em última analise, desumano. Ainda ninguém se questionou como é que duas pessoas comuns, com uma vida normal, se devem sentir ao ver os seus sentimentos expostos à frente de dez milhões de tugas, ainda para mais, de forma tão agressiva? Excede todo e qualquer limite do aceitável. De uma forma ou de outra, já toda a gente foi enganado e traído.  Já toda a gente chorou, gritou, esperneou, teve vontade de fazer mal a pessoas ou de se atirar de um penhasco. Por isso, mesmo tendo em conta a natureza do programa, que eu, muito pessoalmente, e sem merdas, vejo, deveria haver contenção. E respeito. Não me querendo armar em beata moralista, estamos a passar por uma crise de valores, cujos melhores capítulos passam em horário nobre como um jogo do Benfica. É triste, mas é verdade. Depois de tudo o que tem acontecido, questiono-me o que vão inventar a seguir. Colocar as falsas ex-sogras a falar com o Daniel e a Liliana e a dar-lhes um sermão à moda antiga? Pensado nisso, até ia ser divertido. Ou isso ou um show de variedades com anões e póneis. Fica a sugestão. 

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