Passar os trinta pode ser uma
experiência traumatizante para algumas mulheres. Este é o momento em que começa
a cobrança social: “Não achas que está mais do que na altura de casar?”. “E
filhos, não pensas ter uma mesa cheia de criancinhas? Os teus pais vão ser avós
aos 125 anos?”. “Queres ficar velha e sozinha. Melhor, queres ser a velha dos gatos?”. “E olha, vejo aí uns
três ou quinze cabelos brancos. Já estás a ficar cota. E também começo a notar os primeiros sinais de rugas nessa
testa. Não te cuides não”. Pois o Lobo tem uma resposta espectacular para este
tipo de observações: Ide MORRER longe.
Entrar nos 30 não é um bicho-de-sete-cabeças. Ao nível da aparência, o truque está em atenuar e prevenir os primeiros sinais da idade. Pela parte
que me toca [que já conto com trinta mais dois], noto o aparecimento dos primeiros
cabelos brancos. Noto os sinais da gravidade e alguns vestígios de celulite [nem
acredito que acabei de escrever isto].
Noto efectivamente a existência de vincos na pele do rosto, mas quase nem se vêem,
pelo que é ridículo chamar-lhes “rugas”. Noto que as noitadas ainda são o que
eram, mas demoro muito mais tempo a recuperar [por exemplo, abusei no
fim-de-semana, e ainda me sinto cansada].
No entanto, nada disto me assusta. Uso cremes [de boa qualidade] para as rugas, para o corpo, para
evitar a P%&%Ta da celulite [nem acredito que voltei a
escrever ESTA palavra].
Vou ao ginásio, bebo chá verde com regularidade, e tenho [alguns] cuidados com a alimentação. Tento
dormir sete horas por dia, e dou grandes passeios com o meu Caeser, essenciais
para relaxar e libertar o stress. Quanto às convenções sociais, caros 5.75 leitores, só tenho uma coisa a dizer: que se danem. Acho, muito sinceramente, que, independentemente do que os
outros nos querem impingir, só devemos fazer o que o coração manda e
sentirmo-nos bem com as nossas escolhas. Se for para casar com o príncipe, maravilhoso.
Se não for, está tudo bem na mesma [o malandro nunca mais se
divorcia da lambisgóia da Cinderela].
Agora, um aspecto curioso que notei
foi a necessidade de cuidar cada vez mais de mim. Já não tenho 18 anos, mas sei
que o tempo me deu ponderação, sensatez, apurou-me o bom gosto [sobretudo
por tudo o que sabe bem a este corpinho],
refinou-me os defeitos. Também foi simpático comigo, e permitiu-me manter os 52
Kgs e a aparência jovem. Mas até quando? Daí a minha insistência com os
cuidados com a imagem. Adoro a minha idade. Sinto-me muito melhor agora do que
aos 20. Quando começar a ter cabelos brancos à séria, vou começar a pinta-los.
Quando as rugas atacarem em força, seguramente vou ver as soluções disponíveis
[eventualmente
uma plástica], porque não
sou bicho de me ficar. Até lá, estou de bem com a vida. Sou “trintona” sem complexos, e esta é, sem dúvida, uma das melhores fases por que já passei, na medida em
que atingi a maturidade suficiente para gozar a juventude que me resta, dispensar o que é acessório [metaforicamente falando, claro, pois despachar
anéis e pulseiras, jamé], e desfrutar o que realmente
importa.
E vocês, minhas caras 5.75 leitoras trintonas. Como é que encaram a chegada
a esta fase?
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