A
exploração de animais é algo que me enoja profundamente. Sobretudo quando
viajamos para fora da Europa, é comum vermos papagaios e macacos presos, com
correntes, para os turistas tirarem fotos, ou elefantes, camelos e cavalos
para, a troco de meia dúzia de dólares, darem uma voltinha.
Quem não se lembra
das célebres imagens do [felizmente] ex-presidente da República, Mário Soares, nas
Seychelles, montado
numa pobre tartaruga? Na maior parte das vezes, os animais estão subnutridos,
mal tratados e com ar infeliz. Mas isso não importa. O que importa é tirar a
foto e trazer o recuerdo para mostrar
aos amigos. Pela parte que me toca, meus 5.75 leitores, fi-lo duas vezes na vida:
andei de camelo no Sahara, porque era a única forma de chegar ao campus para dormir no deserto, e certificámo-nos da forma como os tratavam, e de elefante, em Bali, num Santuário criado especificamente para salvar os elefantes de Sumatra. Confesso
que não fiquei maravilhada com nenhuma das experiências, mas fi-lo, com a
consciência de que os animais eram respeitados e bem tratados. Já tive a oportunidade de as repetir em outros pontos do mundo, mas recusei por suspeitar das más condições a que eram sujeites. Por isso, não fiquei surpreendida ao ler esta notícia referente a um elefante que morreu de exaustão a transportar animais no Camboja, sob temperaturas de mais de 40º C. Sambo, que teria entre 40 e 45 anos, sofreu um ataque cardíaco e ninguém foi capaz de o salvar. Triste, meus 5.75 leitores. Muito triste. É por isso, que deixo o apelo: Não contribuam para a exploração de animais. Se suspeitaram que não são bem tratados, não compactuem com esta abominável forma de matar e infligir dor a quem não se pode defender. Não tirem fotos, não "andem, não nada. Mostrem que são pessoa civilizadas, e de bem. Sejam críticos e juntem-se à solução, não ao problema. Em memória do Sambo e dos milhões de Sambos que existem neste planeta.
Foto: CM
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