quarta-feira, 4 de março de 2015

Sobre tudo o que abomino no "Dia da Mulher"

Aproxima-se, a passos largos, um dos mais assustadores e aterradores momentos do ano: 8 de Março, o “Dia” da Mulher. O qual, segundo a Wikipédia, foi criado, na viragem para o século XX, com o objetivo de assinalar a luta das mulheres pelo acesso ao voto e pela igualdade de direitos. Até aqui está tudo muito certo. O problema é que, um século depois, a coisa descambou e o sentido da “comemoração” culminou num jantar de gajas histéricas com música ao vivo e um moço despido [vulgo stripper] a animar as hostes.  Não fiquem com esse ar escandalizado. Esta é a realidade dura e crua, tal e qual como ela é. Para a maior parte das senhoras que participam no dito evento, o mesmo tornou-se no happening do ano. Aquele pelo qual suspiram, ardentemente, por entre tachos e panelas os restantes doze meses. Até lá, muitas vezes, anulam-se, esquecem-se de si, armam-se em falsas moralistas, mas no 8 de Março têm que vestir o seu traje mais aprumado, sair do armário, e dar asas ao histerismo e à rebaldaria. E porquê? Porque é o “8 de Março”. E no “8 de Março” pode. No resto do ano têm que se comportar como donas de casa recatadas.  Espetacular, não é? Por outro lado, uma das coisas que também odeio nesta “comemoração” é a condição redutora que nos dá, a nós mulheres. Existe o “Dia do Animal”, o” Dia Mundial do Leproso” e…. o “Dia Internacional da Mulher”. Tenham dó. E o “Dia do Homem”, não existe porquê?  E o “Dia do Género não definido”? E o “Dia do Traveca”? A sério. Mas o mais grave é vê-las alinharem e alimentarem, felizes e contentes, este carnaval de mau gosto. Isso é que me deixa tristemente aborrecida com as minhas congéneres de género. E não pensem mal do #lobo. Sou realmente pela igualdade de direitos. Mas enquanto “Eles” não tiverem um dia internacional e não se juntarem com os amigos no restaurante, com uma moça despida em cima da mesa, para se embebedar e fazer figuras tristes, também não alinho na macacada. Ahhh, calma. Eles não precisam de um dia. Eles fazem este “número” à mesma. Mas, seja como for, enquanto não for oficial, não alinho. Até lá, o “Dia da Mulher” vai continuar a ser contra tudo aquilo em que acredito, e façam-me um grande favor: Se são realmente adeptas da igualdade de direitos, dêem-se ao respeito e preservem-se desta fantochada. Por cada uma de nós. 

Sem comentários :

Enviar um comentário