quarta-feira, 30 de julho de 2014

Crónicas do Lobo - E depois dos 30?

Passar os trinta pode ser uma experiência traumatizante para algumas mulheres. Este é o momento em que começa a cobrança social: “Não achas que está mais do que na altura de casar?”. “E filhos, não pensas ter uma mesa cheia de criancinhas? Os teus pais vão ser avós aos 125 anos?”. “Queres ficar velha e sozinha. Melhor, queres ser a velha dos gatos?”. “E olha, vejo aí uns três ou quinze cabelos brancos. Já estás a ficar cota. E também começo a notar os primeiros sinais de rugas nessa testa. Não te cuides não”. Pois o Lobo tem uma resposta espectacular para este tipo de observações: Ide MORRER longe.

Entrar nos 30 não é um bicho-de-sete-cabeças. Ao nível da aparência, o truque está em atenuar e prevenir os primeiros sinais da idade. Pela parte que me toca [que já conto com trinta mais dois], noto o aparecimento dos primeiros cabelos brancos. Noto os sinais da gravidade e alguns vestígios de celulite [nem acredito que acabei de escrever isto]. Noto efectivamente a existência de vincos na pele do rosto, mas quase nem se vêem, pelo que é ridículo chamar-lhes “rugas”. Noto que as noitadas ainda são o que eram, mas demoro muito mais tempo a recuperar [por exemplo, abusei no fim-de-semana, e ainda me sinto cansada]. No entanto, nada disto me assusta. Uso cremes [de boa qualidade] para as rugas, para o corpo, para evitar a P%&%Ta da celulite [nem acredito que voltei a escrever ESTA palavra]. Vou ao ginásio, bebo chá verde com regularidade, e tenho [alguns] cuidados com a alimentação. Tento dormir sete horas por dia, e dou grandes passeios com o meu Caeser, essenciais para relaxar e libertar o stress. Quanto às convenções sociais, caros 5.75 leitores, só tenho uma coisa a dizer: que se danem. Acho, muito sinceramente, que, independentemente do que os outros nos querem impingir, só devemos fazer o que o coração manda e sentirmo-nos bem com as nossas escolhas. Se for para casar com o príncipe, maravilhoso. Se não for, está tudo bem na mesma [o malandro nunca mais se divorcia da lambisgóia da Cinderela].    

Agora, um aspecto curioso que notei foi a necessidade de cuidar cada vez mais de mim. Já não tenho 18 anos, mas sei que o tempo me deu ponderação, sensatez, apurou-me o bom gosto [sobretudo por tudo o que sabe bem a este corpinho], refinou-me os defeitos. Também foi simpático comigo, e permitiu-me manter os 52 Kgs e a aparência jovem. Mas até quando? Daí a minha insistência com os cuidados com a imagem. Adoro a minha idade. Sinto-me muito melhor agora do que aos 20. Quando começar a ter cabelos brancos à séria, vou começar a pinta-los. Quando as rugas atacarem em força, seguramente vou ver as soluções disponíveis [eventualmente uma plástica], porque não sou bicho de me ficar. Até lá, estou de bem com a vida. Sou “trintona” sem complexos, e esta é, sem dúvida, uma das melhores fases por que já passei, na medida em que atingi a maturidade suficiente para gozar a juventude que me resta,  dispensar o que é acessório [metaforicamente falando, claro, pois despachar anéis e pulseiras, jamé], e desfrutar o que realmente importa.

E vocês, minhas caras 5.75 leitoras trintonas. Como é que encaram a chegada a esta fase?  

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