Adoro pessoas de trato fácil, que
estão sempre na boa, e encaram os problemas de forma natural, objetiva, e sem dramas
desnecessários. Mas, infelizmente, nem toda a gente é assim. Nunca vos
aconteceu terem um ou outro percalço, e ficarem mais preocupados com a reação de
alguém que vos é próximo, do que propriamente com o sucedido? É horrível viver
assim. Esta situação aplica-se a pais, mães, filhos, maridos, amigos. Enfim,
criaturas histérica, por natureza, que, no final das contas, até nem têm mau íntimo,
mas que gostam de julgar, sem dó nem piedade, e não entendem que, muitas vezes,
a troco de nada, geram um clima de pânico e pavor à sua volta. Quando lhes
pode, perfeitamente, suceder o mesmo. Um exemplo simples: dar um toque com o
carro. É algo que só não acontece a quem não conduz. Mas há quem não entenda
desta forma, e prefira massacrar e humilhar. Ou seja, a chatice deixa de nos
doer apenas no bolso, e passa a afetar-nos a alma e o coração. Já vi casos de
pessoas que, para evitar este tipo de reações, passaram a esconder tudo. Desde
as questões mais simples do dia-a-dia, aos problemas mais graves. O que é que
isto dá no fim: Merda. Porque a bola de neve acaba por se transformar numa
avalanche, e, no fim, ninguém fica bem, porque, desde início, ninguém esteve bem com a sua conduta. Um por não ter contado, o outro porque
deixou que as suas reações exageradas condicionassem os comportamentos à sua
volta. Espetacular não é? E o pior é que há gente que passa anos nisto. Quantas
vezes ouviram as vossas mães, tias, avós, amigas, dizerem qualquer coisa como: “Shiuuu. Não lhe digas nada. Depois ninguém o
atura. E eu tenho medo”. É
assustador, mas é verdade Não defendo, obviamente, que se deva deixar passar
tudo com benevolência, na onda do: “deixar andar para ninguém se chatear”, até
porque: “quem cala consente”. Mas um bocadinho de calma e reflexão em relação
às atitudes exageradas que temos com o próximo, nunca fez mal a ninguém. Para
não nos tornarmos nós próprios um problema duas vezes maior que o problema em
si.
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