segunda-feira, 21 de julho de 2014

Super Bock, Super Rock 2014 – A crítica do Lobo

Tal como vos havia dito, e fui colocando, em directo, algumas imagens no Facebook e no Instragram do Blog, o Lobo marcou presença na 20ª Edição do “Super Bock, Super Rock”. Como festivaleira convicta, estive lá nos três dias, mas, como dizia o outro, por motivos de ordem diversa e variada, não consegui ver todos os concertos [aliás, alguém consegue sem cortar um pulso?]. Quando olhei para o cartaz, e o comparei com o de outros festivais congéneres, nomeadamente o “Alive”, pensei: “Fraquinho, muito Fraquinho”. No entanto, houve boas e más surpresas, e, em geral, gostei bastante do que vi. Um ponto muito positivo foi a evolução do recinto, comparativamente às edições anteriores. O estacionamento e os acessos estão melhor organizados, há menos pó e mais espaço, o que faz como que o sentimento: “sardinha em lata empoeirada”, seja coisa do passado.

No primeiro dia, o concerto de “Massive Attack” foi uma seca à moda antiga. Se já não gostava muito dos senhores, confesso que passei a não os suportar. Já cheguei tarde, por isso perdi parte dos concertos, nomeadamente o de Million Dollar Lips, que adorava ter visto. O dia foi salvo pelos “Disclosure”. Os manos Lawrence deram uma lição de rock dance, acompanhada por um espectáculo de luzes e imagem ao jeito de “Chemical Brothers”. Nem a paragem forçada de cinco minutos arrefeceu o público, e foi, sem sombra de dúvida, o grande momento da noite.

O dia dois do festival foi marcado pela chuva e por uma série de incidentes. Primeiro, a chuva durante o concerto de “Legendary Tigerman”, depois a árvore que caiu na zona da restauração, e, finalmente, o atraso de “Cat Power”, que fez com que o festival estivesse mais de uma hora sem música. Salvou-se o concerto de “Capicua” e de “WoodKid” [não foi consensual, mas eu gostei]. O Eddie Vedder começou a tocar depois das duas da matina, e, muito sinceramente, nunca mais se calava. Eu que sempre fui fã de “Pearl Jam”, [e note-se que deve ter tocado umas sete músicas da banda], confesso que não tenho saco para um concerto acústico num festival de Rock. Apesar de não ter desiludido os fãs, que certamente deram por bem empregue o dinheiro do bilhete, achei o espectáculo totalmente desenquadrado do espírito da coisa. No entanto, papei-o até ao fim, e vinguei-me na tenda electrónica até às cinco da matina.

Depois destas andanças, [e porque a idade não perdoa], ao terceiro dia, o Lobo já estava um bocadinho acabado. No entanto, o melhor ficou mesmo para o fim. Os “The Kills” são uma banda brutal. A vocalista, Alison Mosshart é um verdadeiro “animal de palco” e, no seu jeito meio provocador, deitou fogo ao Super Bock. Seguiram-se uns senhores de respeito: “The Foals”. As saudades que eu já tinha de um British Rock á séria. Deram um grande, grande espectáculo. Puseram o Meco em brasa e deixaram o público em delírio. Entretanto, já tinham entrado em cena duas personagens de peso: Um gangster e um cangalheiro. Estavam em palco os “Dead Combo”. Num ambiente de penumbra, a puxar ao tétrico, elevaram-nos com a sua música. Da parte que me toca, este era o concerto mais esperado do festival, e adorei. Para terminar em grande, os “Kasabian”. Se o Meco já estava em brasa, começou a arder. Tocaram todas as que o meu povo gosta, e interagiram com o público como uma verdadeira grande banda. O tempo de “meninos tímidos” já lá vai. Fecharam com chave de ouro os vinte anos do “Super Bock, Super Rock”.

Este pode não ter sido o cartaz mais brilhante de sempre, nem tão pouco o mais ambicioso. Mas gostei muito. As condições do recinto e as acessibilidades estão cada vez melhores. Passou música de grande qualidade no Meco. O ambiente de festa foi uma constante e a organização esforçou-se para que todos passassem um grande momento. Para o ano contem com a presença do Lobo Festivaleiro.  

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