terça-feira, 25 de março de 2014

Piropos fantásticos e espetaculares #1

Enquadramento: Sexta-feira à noite, desalapanço massivo do sofá, pelas 01:15h, rumo à capital para uma suposta festa de arromba. Chegados ao local, verificámos que a efeméride estava realmente a bombar. Lamentavelmente, apenas para as 2.75 amigas do DJ. Bom, o Lobo está a ser injusto, porque a D.ª Clotilde do 5º Esquerdo, sentada numa mesa com as senhoras da quermesse, também estava a curtir. Pena ter bazado logo, a missa é às 09.00h, e a idade não perdoa.

Banhada, pura banhada. Nem queria acreditar que tinha abandonado o sofázinho quentinho, para entrar naquele número. “Ok, não vamos perder a viagem, siga para o plano B”. Disconight da cena lisboeta, portas à porta [A-D-O-R-O este trocadilho], com a sempre genial e espetacular pergunta: “Tem nome na Guest?”. Por que raio haveria a minha pessoa de ter nome na guest list de um plano B? Ou é suposto passar a semana a inscrever-me em T-O-D-A-S as festas de Lisboa, para, depois, decidir se me apetece levantar o real traseiro de casa? “Se não tem nome na Guest, são dez euros por pessoa”. Bem, siga, pior que a outra não há-de ser.

Ingénua, muito ingénua. Não cheguei a perceber se tínhamos acabado de entrar no baile de finalistas do secundário, em que os jovens colegiais se fizeram acompanhar pelos irmãos mais velhos, com os respetivos engates, ou se era a festa secreta lá da empresa, em que era suposto levar o/a amante. Anyway, já não arriscámos o plano C. Não fôssemos cair na Party da quermesse lá da paróquia, com as amigas mais arrojadas da D.ª Clotilde. E, pior: sem nome na guest.  

Estava, tranquilamente, a curtir o som do DJ, retardado de carteirinha e separado à nascença do Becas da Rua Sésamo. Ahhh, e que animava o público levantado e sacudindo [Oi? Sacudindo? WTF] os braços, quando sinto uma mão na cintura. Olho, e era uma mocita com ar franzino e simpático, que me diz: “Olá, tudo bem?”. Pensei de imediato: “Quem será esta pessoa? Será do mergulho? Será uma amiga da 4.ª classe que não vejo há mil anos? Pensa rápido, ela tem ar de quem te conhece, para aí desde os nove anos. E tu fazes esse ar de quem nunca a viu mais saloia? Naaa, faz um esforço. Consegues melhor que isso”. Felizmente, a jovem lá quebrou o mistério: “Você não me conhece. [Ufff, pronto, confirmava-se, não a conhecia. Menos Mal]. Mas é a miúda mais gira e com mais pinta da discoteca. Aqui o meu amigo está doido consigo e quer mesmo muito conhecê-la”.

Tentei, sem grande sucesso, disfarçar o ar incrédulo. Ao lado da mocita estava um rapazinho mais vermelho que um pimentão. Envergonhadíssimo, a tentar disfarçar a atrapalhação. Só me apeteceu dizer-lhe: “Então és tu, meu canalha, que mandas a amiga fazer o trabalho sujo por ti. Se fosse um exame à próstata, também a ias mandar dar o traseiro ao manifesto”? Mas como o Lobo até é um ser educado, apenas respondi: “Já estou acompanhada”. Contendo um: “e não quero conhecer ninguém porque odeio pessoas. Agora, se fores tu sozinha, fica que eu pago-te um copo. Deves ser mesmo uma grande amiga desse aspirante a Dom Juan de meia tigela”.

E foi entre risos que terminou uma espetacular noite de sexta-feira. A culpa deste episódio, além da amplamente reconhecida elegância do Lobo [qual Gisele Bundchen] foi das leggins brutais que estreei nessa noite, e que me foram oferecidas. Escusam de rodar Zaras e afins, que estas vieram de um local secreto que só os Chosen One conhecem. E não posso dizer onde fica, porque minha família está a ser ameaçada.  

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