Dizem
que hoje é o dia dos irmãos. E, impreterivelmente, não posso deixar de pensar
no meu. No mano que tanto pedi à minha mãe porque queria brincar com Playmobis
mas só me davam Barbies. O nome já estava escolhido: Pedro. Os planos dos meus
pais eram outros, mas levei a melhor [o gajo do Porto ganha sempre].
E foi assim que, aos seis anos de idade, uma adorável criatura gigante, branca,
de olhos verdes, e totalmente careca, mudou irremediavelmente a minha vida.
O
Pedro foi sempre o filho que todos os pais queriam ter, o aluno que todos os
professores adoravam, e o jogador de futebol [apesar de não ser
especialmente talentoso para o ofício de Cristiano Reinaldo] que todos os treinadores punham a
titular, já que, nos momentos quentes, impedia os colegas de andarem à pêra com
os adversários. “É o apaziguador da equipa, muitos parabéns pelo filho que tem”,
dizia o treinador ao meu pai. Aos 18 anos ficámos em choque: decidiu ir
estudar um ano para a Eslovénia. Já estava no segundo ano da licenciatura e
queria “conhecer novos mundos”. Apesar do chilique
da minha mãe, fez a mala e partiu. Deixou-nos a todos lavados em lágrimas,
especados, no terminal do Aeroporto. Foi uma sensação que nunca esqueci porque
se repete em loop na minha vida. Pela primeira vez, passámos a viver
longe um do outro. Índia, Brasil, China, Holanda, Inglaterra, Eslovénia. Foram
alguns dos países onde viveu. Mas a distância nunca nos afastou. Sempre que
posso, agarro num avião e vou ter com ele. Já fui sozinha para a China, já ia
morrendo na Índia, já curtimos muito na Ásia e na Europa. Com o meu menino
passei alguns dos momentos mais espetaculares da minha vida. É, sem dúvida, a pessoa especial. Por ele faria
uma loucura. Apesar do pequeno “promaior”
de ser do Benfica e de insistir em tentar casar-me com desconhecidos em países
do terceiro mundo, é, e há-de ser sempre, o irmão que toda a gente gostaria de
ter. Só que é do #lobo e não o divido com ninguém.
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